segunda-feira, 21 de maio de 2007

O pensamento escolástico

Quais são as principais características do pensamento escolástico?
Não nos aprofundaremos aqui nas origens desse pensamento medieval nem procuraremos entrar nos seus posteriores desenvolvimentos com base nas contribuições das filosofias de Aristóteles e de S.Tomás de Aquino, pois nesses temas há uma enorme bibliografia disponível, incluso na Internet.
Para nós será suficiente definir os principais pontos da mentalidade escolástica que ainda hoje interferem e conduzem o modo de pensar do brasileiro médio.
O homem escolástico considera Deus como origem e futuro de tudo, acredita que o Universo foi criado por Deus e que Ele tudo controla. É um crente e não discute a sua crença.
Essa mentalidade, considerada uma variante do pensamento religioso, se caracteriza como aquela em que a presença de Deus é total e rege completamente todo o pensamento, que tudo vem de Deus e tudo é causado pela vontade divina.
Aqui já começa um desvio, pois se considera vindo de Deus somente o que é bom, já que o que é mau, é simples e imediatamente considerado obra do Diabo. Por exemplo, se alguém com perigo de vida, sofre uma cirurgia difícil mas com bom sucesso, esse resultado positivo é considerado uma benção recebida de Deus, diretamente ou através da interferência de algum dos santos. As pessoas dizem que foi "graças a Deus" que a pessoa se salvou da morte; mas se essa cirurgia não teve bom sucesso, se o paciente morre na mesa de cirurgias, então a culpa é do médico, do hospital ou do Diabo em pessoa... Porque não se dizer, com lógica escolástica, que "foi graças a Deus que o doente morreu"...
No entanto a mentalidade religiosa cristã tem diversas vertentes, sendo a preponderante atualmente nos países católicos a do pensamento franciscano. As bases características do franciscanismo vêm de muito tempo antes de Cristo, com nítidas influências dos ensinamentos budistas. Buda foi uma pessoa rica e que se despojou de todas as riquezas e andou pela Índia, 600 anos antes de Cristo, difundindo o caminho da pureza e do paraíso, através do abandono do egoísmo e da inveja. São Francisco fez o mesmo, também abandonou as riquezas familiares e se envolveu na vida dos pobres e desventurados, indicando um caminho de purgação e de despojo dos bens terrenos com o objetivo essencial de atingir a purificação para entrar no Paraiso, numa cópia da suposta vida de pobreza de Cristo...
A realidade da vida mostra-nos que a vontade de obter bens e vantagens é inerente ao Homem, que limitar esses objetivos só pode levar à hipocrisia... Quanto maiores são as limitações que negam a realidade humana, maior a falsidade e a hipocrisia que permeiam essas sociedades repressoras...
Normal e naturalmente, todos nós desejamos e buscamos a riqueza e o bem-estar, bons carros, boas escolas para os filhos, bons salários, boa moradia, serviços de saúde eficazes e segurança nas ruas, e tudo isso se possível sem esforço, ou pelo menos, com o menor esforço possível... Na realidade todos nós buscamos o Paraíso, o gozo dos bens terrenos, embora alguns pensem na continuidade desse gozo para mais tarde, eternamente, mesmo depois da morte.
Cabe aqui lembrar as palavras elucidativas dum dos expoentes dessa mentalidade religiosa franciscana, a Madre Teresa de Calcutá, quando ela, respondendo às indigações de jornalistas, porque razão ela se comportava assim tão desinteressadamente dos bens da vida, tratando doentes e aleijados, dizia ela: "Espero só que Deus se lembre destas ações minhas quando eu me apresentar diante dele...". Não está aqui claro e inteligível o interesse dela nos bens divinos, numa vida eterna feliz, num pagamento supostamente justo pelo sofrimento passado aqui na Terra?
Um dos males da religião está exatamente nessa promessa de recompensa divina, após a morte, pelos sofrimento e boas ações realizados aqui durante a vida... Afinal o religioso faz o bem porque acha que deve fazê-lo como sua obrigação de cidadão e humano, ou pensando numa recompensa divina "pos mortem"? Não demonstra isso um egoismo interesseiro, uma atuação hipócrita e ilógica?

4 comentários:

kamilla disse...

nooossa adorei esse artigo...vai me ajudar muito na feira interdisciplinar da minha escola.....vlw..gostei muito de verdade,eh muito facil de entender e de gravar, a explicação eh simples e objetiva....muito bom msm...

kamilla disse...

nooossa adorei esse artigo.....vai me ajudar muito na feira interdisciplinar da escola....vlw gostei muito...é muito interessante e facil de se compreender...

kamilla disse...

nooossa adorei esse artigo.....vai me ajudar muito na feira interdisciplinar da escola....vlw gostei muito...é muito interessante e facil de se compreender...

Unknown disse...

Olá,

Gostei do tema que vc pretendeu abordar. Realmente, esse assunto encontra-se aos montes pela internet. Porém, o que nos falta é uma boa síntese. Foi o interesse por essa síntese que me conduziu a ler seu texto. Entretanto, ele me deixou a desejar, pois, apesar de ser bem escrito, ele foge do tema principal.
De toda sorte, obrigada pela tentativa.

Abs.

Ana Acsub